Punição de instrutores da Academia Nacional de Polícia compromete o treinamento e expõe a briga entre corporação e diretoria no ano da Copa
Mais de 600 alunos do curso de formação da Polícia Federal, última etapa da seleção para ser admitido na carreira, sofrem com a falta de professores na Academia Nacional de Polícia (ANP). Eles estão sem aulas de abordagem, importante tópico sobre como se comportar em operações, e terão de repor as de armamento e tiro, que ficaram suspensas por quase três semanas. O problema surgiu depois que pelo menos 14 instrutores foram afastados de suas funções, no último dia 9. Uma queda de braço entre os profissionais e a direção da instituição agrava a crise interna na PF, responsável pela segurança da Copa do Mundo, que começa em 46 dias, e no momento em que a corporação investiga casos de corrupção no alto escalão do poder.
O estopim das divergências se deu na solenidade de comemoração dos 70 anos da PF, em 28 de março. No teatro de arena que fica dentro da ANP, professores descontentes com a instituição baixaram a cabeça e permaneceram em silêncio durante a execução do hino da corporação. A manifestação silenciosa aconteceu logo depois de o diretor da PF, Leandro Daiello, ressaltar os feitos da Polícia Federal e afirmar que a instituição passa por um bom momento. Os profissionais quiseram demonstrar, além de insatisfação salarial, descontentamento com a estrutura hierárquica do órgão e com a falta de condições de trabalho como um todo.
Fonte: Correiobraziliense